terça-feira, 18 de junho de 2013

O Governo em xeque e o povo nas ruas!

Desde o início das manifestações que avançam Brasil a dentro, temos respirado um vento mais límpido, de contestações, de sonhos, de esperança, ainda que seja também carregado com o cheiro das bombas de gás lacrimogêneo que disparam contra nós.

O povo está nas ruas e as flores agora surgem no meio das barricadas, ao lado das chamas que ardem buscando iluminar os caminhos abertos.
Já declarei-me, em um outro texto, como absolutamente contrária aos atos isolados de vandalismo.
No entanto, não posso deixar de perceber que, na onda de lutas que varreu ontem as capitais do Brasil, vários espaços que encarnam símbolos do poder foram alvo das manifestações: Congresso Nacional, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Não pode ser coincidência; AS RUAS QUESTIONAM OS PODERES INSTITUIDOS E AS INSTITUIÇÕES QUE DIZEM NOS GOVERNAR!
Da presidência da república, passando pelos governadores de vários estados e chagando aos prefeitos municipais é muito clara; o medo de perder apoio lhes fez mudar de discurso, de postura. Assumiram hipocritamente a tática de perder os anéis para não perder os dedos.
Mas é preciso mirar-se nas lutas históricas do povo e da classe trabalhadora para descobrir os passos que necessitamos dar no caminho da liberdade e da emancipação do povo.
Na revolução de 52, uma das mais lindas da América do Sul, na Bolívia, foi a COB que materializou a unidade dos muitos diferentes em busca de um futuro justo e feliz.
Bem mais recentemente, em Oaxaca, no México, a APPO chegou a cumprir provisoriamente este papel.
E se tivéssemos, de fato, tomado o palácio do governo? E se tivéssemos efetivamente ocupado a assembleia legislativa? E se o congresso amanhecesse cheio de pessoas comuns que resolveram fazer dele espaço aberto?
Que faríamos? Quais seriam nossas palavras de ordem? Quais seriam nossas ações?
É claro que o povo e os trabalhadores forjam, no meio das lutas, formas, maneiras e métodos de continuar, de avançar. Mas tão pouco podemos negar que, muitas vezes também fomos derrotados no sonho que vai muito além da redução das tarifas de ônibus.
Estas são perguntas que os que lutam devem se fazer. Temos um papel, uma tarefa, uma responsabilidade de não permitir que percamos o que já conseguimos e consigamos cada vez mais.
Quando o povo toma as ruas, devemos gritar: Tomemos agora as rédeas de nossos destinos!
Quando o povo toma as rédeas de seus próprios destinos, devemos gritar: Tomemos agora a força do punho dos que, em outros países também se rebelam!
Quando o povo tomar o mundo, gritemos: Tomemos os céus de assalto, porque a terra já será de quem nela trabalha!

Helena Silvestre 

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