terça-feira, 18 de junho de 2013

Alckmin e Hadad: Suas bombas não atingem nossos sonhos!


Em primeiro lugar e antes que tudo, gostaria de dizer que sou contra atos isolados de vandalismo e depredação. Muitos de nós, os que participam de lutas sociais, já fizemos muitos e muitos atos e manifestações pacíficas que foram reprimidas com violência. Nelas, nenhum ato de vandalismo foi necessário para justificar ações de truculência contra nós.
O Pinheirinho não sai de nossa memória e, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2012, famílias que dormiam pacificamente em suas casas foram acordadas com uma chuva de bombas sobre suas moradias.
Portanto, O GOVERNO MENTE QUANDO DIZ QUE REPRIME POR CONTA DO VANDALISMO!
Em segundo lugar, gostaria de fazer uma reflexão sobre violência. A própria imprensa divulgou matérias que diziam do impacto econômico do aumento da tarifa na condição de vida dos mais pobres, que terão inviabilizadas uma de suas refeições. A ISSO CHAMO VIOLÊNCIA; VIOLÊNCIA DE ESTADO, VIOLÊNCIA DO CAPITAL. 
Portanto, nós, os que lutamos, apoiamos a luta contra o aumento da tarifa, apoiamos a luta do Pinheirinho, apoiamos a greve dos trabalhadores ferroviários, apoiamos a luta dos trabalhadores em greve da terceirizada Higilimp que atua na USP, nós, os que lutamos, apoiamos aqueles que se levantam contra todas as opressões e opressores e combatem o cinza deste mundo injusto com o vermelho de suas bandeiras e de seu sangue.
Diferente do que diz o jornal El Pais, o Brasil tem sim uma tradição de lutas e levantes, somos herdeiros de Zumbi, de Canudos, da Balaiada, da Cabanagem, dos operários de 80 em greve no ABC, herdeiros das mães de maio, herdeiros dos sem tetos e sem terras.
Somos o som que se levanta ainda miúdo contra o estardalhaço das balas de polícia contra nós.
Somos uma voz difusa no silencio do medo imposto pelas bombas e coturnos.
Somos vivos, somos gente, somos sonhos, somos barricadas e bandeiras, somos gritos de ordem, somos feridos, somos lutadores, somos o amanhã.
Nossos governantes, de todas as esferas, que se posicionam diante de reivindicações dignas com porretes e gás lacrimogênio, terão de saber que buscamos um mundo justo, uma vida nova, um amanhã de todos e da felicidade geral.
Suas bombas não atingem nossos sonhos e, creio eu, é melhor que recuem, tirem suas bombas do caminho porque os nossos sonhos não vão retroceder.

Helena Silvestre – Militante do Luta Popular

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