Sarau Candeeiro

Primeiro Sarau Candeeiro recebe o Poeta Binho, nosso Padrinho!

Marcha à Brasília

Compas marchando contra o projeto do ACE.

1 de maio

Fizemos uma belo evento com a participação de toda a comunidade da São Remo.

Assembléia

Moradores em assembléia debatendo o problema de falta de creche na favela da São Remo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ocupação Esperança

A Reforma Urbana e a Cidade que Queremos não cabem no “Minha Casa, Minha Vida” 

"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso".
Bertold Brecht

Não é de hoje que os trabalhadores Brasileiros – por conta de seus baixos salários – resolvem sua necessidade habitacional arranjando a vida entre a precariedade e a sobrevivência.

As ocupações, a autoconstrução, a ida para cada vez mais longe dos centros urbanos providos de infra-estrutura e serviços, o endividamento para conseguir o mínimo, enfim, mazelas mil que permeiam a tempos o cotidiano dos mais pobres deste país.

Muitas lutas foram realizadas, muitos movimentos sociais foram constituídos à partir delas, e, durante décadas, muitos foram os acúmulos políticos e teóricos produzidos em base ao enfrentamento na luta direta, na proposição de soluções, na construção de propostas e consignas que representassem os anseios que estas lutas buscavam responder.

O grande problema é que, três décadas depois do período em que tivemos nosso mais importante momento de organização popular e sindical combativas, as organizações que provocaram a imaginação dos que desejavam sonhar com um modelo diferente de vida urbana capitularam ao projeto que termina numa pífia e teatral “participação popular”.

É impressionante como muitos governos elevaram ao centro das discussões sobre a cidade os conselhos municipais de habitação, a elaboração de planos diretores, os orçamentos participativos. Estes espaços ou instrumentos, ainda que tenham em sua origem lutas e buscas por um modelo mais democrático de gestão e mesmo de cidade, são hoje praticamente nulos. Foram esvaziados do conteúdo radical que os pariu e tornaram-se apenas instâncias de legitimação popular para os planos que acontecem – estes sim – em espaços que realmente definem a vida urbana. Os reais espaços de decisão não possuem nome nem formato, são encontros entre governantes e empresários, são negociatas entre construtoras, incorporadoras, bancos e políticos.

Os que propagam as mentiras de que estes são espaços por onde circula o novo mentem. Sabem das articulações de Cepac´s, operações urbanas, especulação imobiliária, corrupção, coronelismos na implementação municipal das políticas habitacionais e propagandismo vazio e cínico na construção da eleitoreira política nacional de habitação.

Sim, nós ocupamos!

Há quem diga da radicalidade deste ato e das tantas outras vias possíveis de diálogo. A estes respondemos: A radicalidade com que nossas vidas seguem sendo privatizadas, com que nossas comunidades tornam-se mercadoria para especuladores, com que nossos sonhos tornam-se propaganda eleitoreira, nos lançaram a uma situação em que a barganha mínima para nós é tudo.

A cidade que vivemos é injusta, desigual, com o medo desenhado em seus muros e grades, com o genocídio estampado nos quepes e fardas, com lindas famílias estampadas em jornais de venda de imóveis que se aconchegam debaixo de mendigos friorentos nas calçadas. A cidade que vivemos tem mais casas vazias que pessoas a procurar abrigo – e fecha os olhos. A cidade que vivemos fez da terra - símbolo da geração da vida – a mercadoria que simboliza a escravidão dos pobres. A cidade que vivemos transformou a palavra participativo em piada, a palavra violência em cotidiano, a palavra humano em carnes enlatadas no transporte público que engorda milionários.

Sim, nós ocupamos!

E dizemos em ações, que não queremos cercas, que não queremos medo, que não queremos grades, que não aceitaremos genocídios, que nos levantamos contra a venda de nossas vidas e sonhos.
Sim, nós ocupamos!

E dizemos aos nossos, da nossa classe, os que ainda não estão conosco; que venham, que somem, que fortaleçam, que redescubram seus direitos, sua força, seu poder. Que relembrem o que é sonhar, que se armem para lutar pelos sonhos então.
Sim, nós ocupamos!

E aos que nos governam – muitos dos quais já estiveram um dia também passando a noite sob lonas pretas – dizemos que a cidade que queremos, que a Reforma Urbana que necessitamos não se gera em gabinetes, reuniões e conferências; não! Se produz na luta, no embate, no confronto, na democracia direta e construção coletiva, no sonho da revolução, se produz na esperança – que nos move à luta mesmo em meio ao caos de fumaça de óleo diesel.

Sim, nós ocupamos!

E por querermos a lua, nossa ocupação é esperança!

Por uma cidade onde caibam todas as cidades!

Nas Lutas e Nas Ruas, eis de onde sai a Reforma Urbana que o povo precisa!

* Helena Silvestre é membro do Movimento Luta Popular

terça-feira, 18 de junho de 2013

Sarau Candeeiro 24/06


O Governo em xeque e o povo nas ruas!

Desde o início das manifestações que avançam Brasil a dentro, temos respirado um vento mais límpido, de contestações, de sonhos, de esperança, ainda que seja também carregado com o cheiro das bombas de gás lacrimogêneo que disparam contra nós.

O povo está nas ruas e as flores agora surgem no meio das barricadas, ao lado das chamas que ardem buscando iluminar os caminhos abertos.
Já declarei-me, em um outro texto, como absolutamente contrária aos atos isolados de vandalismo.
No entanto, não posso deixar de perceber que, na onda de lutas que varreu ontem as capitais do Brasil, vários espaços que encarnam símbolos do poder foram alvo das manifestações: Congresso Nacional, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Não pode ser coincidência; AS RUAS QUESTIONAM OS PODERES INSTITUIDOS E AS INSTITUIÇÕES QUE DIZEM NOS GOVERNAR!
Da presidência da república, passando pelos governadores de vários estados e chagando aos prefeitos municipais é muito clara; o medo de perder apoio lhes fez mudar de discurso, de postura. Assumiram hipocritamente a tática de perder os anéis para não perder os dedos.
Mas é preciso mirar-se nas lutas históricas do povo e da classe trabalhadora para descobrir os passos que necessitamos dar no caminho da liberdade e da emancipação do povo.
Na revolução de 52, uma das mais lindas da América do Sul, na Bolívia, foi a COB que materializou a unidade dos muitos diferentes em busca de um futuro justo e feliz.
Bem mais recentemente, em Oaxaca, no México, a APPO chegou a cumprir provisoriamente este papel.
E se tivéssemos, de fato, tomado o palácio do governo? E se tivéssemos efetivamente ocupado a assembleia legislativa? E se o congresso amanhecesse cheio de pessoas comuns que resolveram fazer dele espaço aberto?
Que faríamos? Quais seriam nossas palavras de ordem? Quais seriam nossas ações?
É claro que o povo e os trabalhadores forjam, no meio das lutas, formas, maneiras e métodos de continuar, de avançar. Mas tão pouco podemos negar que, muitas vezes também fomos derrotados no sonho que vai muito além da redução das tarifas de ônibus.
Estas são perguntas que os que lutam devem se fazer. Temos um papel, uma tarefa, uma responsabilidade de não permitir que percamos o que já conseguimos e consigamos cada vez mais.
Quando o povo toma as ruas, devemos gritar: Tomemos agora as rédeas de nossos destinos!
Quando o povo toma as rédeas de seus próprios destinos, devemos gritar: Tomemos agora a força do punho dos que, em outros países também se rebelam!
Quando o povo tomar o mundo, gritemos: Tomemos os céus de assalto, porque a terra já será de quem nela trabalha!

Helena Silvestre 

Alckmin e Hadad: Suas bombas não atingem nossos sonhos!


Em primeiro lugar e antes que tudo, gostaria de dizer que sou contra atos isolados de vandalismo e depredação. Muitos de nós, os que participam de lutas sociais, já fizemos muitos e muitos atos e manifestações pacíficas que foram reprimidas com violência. Nelas, nenhum ato de vandalismo foi necessário para justificar ações de truculência contra nós.
O Pinheirinho não sai de nossa memória e, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2012, famílias que dormiam pacificamente em suas casas foram acordadas com uma chuva de bombas sobre suas moradias.
Portanto, O GOVERNO MENTE QUANDO DIZ QUE REPRIME POR CONTA DO VANDALISMO!
Em segundo lugar, gostaria de fazer uma reflexão sobre violência. A própria imprensa divulgou matérias que diziam do impacto econômico do aumento da tarifa na condição de vida dos mais pobres, que terão inviabilizadas uma de suas refeições. A ISSO CHAMO VIOLÊNCIA; VIOLÊNCIA DE ESTADO, VIOLÊNCIA DO CAPITAL. 
Portanto, nós, os que lutamos, apoiamos a luta contra o aumento da tarifa, apoiamos a luta do Pinheirinho, apoiamos a greve dos trabalhadores ferroviários, apoiamos a luta dos trabalhadores em greve da terceirizada Higilimp que atua na USP, nós, os que lutamos, apoiamos aqueles que se levantam contra todas as opressões e opressores e combatem o cinza deste mundo injusto com o vermelho de suas bandeiras e de seu sangue.
Diferente do que diz o jornal El Pais, o Brasil tem sim uma tradição de lutas e levantes, somos herdeiros de Zumbi, de Canudos, da Balaiada, da Cabanagem, dos operários de 80 em greve no ABC, herdeiros das mães de maio, herdeiros dos sem tetos e sem terras.
Somos o som que se levanta ainda miúdo contra o estardalhaço das balas de polícia contra nós.
Somos uma voz difusa no silencio do medo imposto pelas bombas e coturnos.
Somos vivos, somos gente, somos sonhos, somos barricadas e bandeiras, somos gritos de ordem, somos feridos, somos lutadores, somos o amanhã.
Nossos governantes, de todas as esferas, que se posicionam diante de reivindicações dignas com porretes e gás lacrimogênio, terão de saber que buscamos um mundo justo, uma vida nova, um amanhã de todos e da felicidade geral.
Suas bombas não atingem nossos sonhos e, creio eu, é melhor que recuem, tirem suas bombas do caminho porque os nossos sonhos não vão retroceder.

Helena Silvestre – Militante do Luta Popular

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Luta Popular na Marcha em Brasília


Faixa que foi estendida depois da marcha em Brasília na Comunidade do Jacarézinho - RJ



Pinheirinho - A história de Naji Nahas e Dona Maria

O vídeo trata das relações estabelecidas entre o dono do terreno onde ficava a ocupação Pinheirinho e o alto escalão dos poderes Executivo e Judiciário paulista, mostrando os interesses dos que executaram a desocupação violenta da comunidade
texto Passa Palavra

Maioridade penal pra quem?


O menor que tá na rua e assassina um motorista. o governador que mata 3.000 jovens em 3 meses. O governo deve governar para quem manda. quem manda? em tese, o povo manda. quem é o povo? o menor e o motorista. essa discussão tem levado as pessoas a culparem a vítima muito facilmente. quem é a vítima? o menor e o motorísta. A IDEIA É ESSA MESMO, pra eles, tá seguindo tudo certo, QUEM SÃO "ELES"?

vamos debatendo pequenos contextos e deixando os grandes de lado.